segunda-feira, 29 de junho de 2015

VIAGEM NO TEMPO: cuidado com suas apostas.

Por Amâncio Friaça* 


Time-Travel

Quem nunca sonhou em voltar atrás no tempo e, com os números da Mega-Sena na cabeça, fazer uma aposta e ficar milionário? Ou ir para o passado e consertar uma grande besteira? Ou evitar uma tragédia? A viagem no tempo é daquelas ideias que retornam sempre ao longo da história, que sempre estão presentes nos mitos, na filosofia, na literatura e no cinema. Já equipada com a teoria da relatividade, a mecânica quântica e a gravitação quântica, chegou a vez da ciência dar a sua palavra. Em Uma breve história do tempo, Stephen Hawking discute o assunto no capítulo “Buracos de minhoca e viagem no tempo”. Se houver viagem no tempo, ela só pode ocorrer em determinadas condições, para garantir a estabilidade do próprio universo. Para evitar perigos e paradoxos, Hawking supôs que as viagens no tempo estivessem sujeitas à Conjectura de Proteção da Cronologia. Esta seria uma conspiração das leis físicas que impediria os corpos macroscópicos de transmitirem informação para o passado.
Os mitos também têm a sua versão de Proteção da Cronologia para evitar vazamentos do futuro em direção ao passado. Assim, a profetisa troiana Cassandra só consegue antever a destruição de Troia sob a condição de que ninguém acredite nela. De nada adianta ela implorar a Príamo para destruir o cavalo de Troia. Porém, com mais frequência, as previsões das sibilas (como são conhecidas as profetisas do mundo antigo) apontam para um ponto de bifurcação entre dois futuros possíveis — sua função é impedir que se tome o caminho desafortunado. A bifurcação é outro modo cosmológico de nos protegermos de informações vindas do futuro. No principal santuário grego, Delfos, ouvia-se a sibila local (chamada de pitonisa) para, entre outras coisas, se evitar um futuro terrível. O cenário da bifurcação também está presente entre os profetas da tradição bíblica. Muitas vezes, o objeto da profecia era um futuro a ser afastado por uma ação correta. Esse é o cerne da história de Jonas, que foi tão persuasivo em alertar os habitantes de Nínive sobre sua destruição se persistissem em sua iniquidade que eles fizeram penitência e se corrigiram. Desse modo, Nínive foi poupada, mas Jonas ficou furioso por sua profecia não ter se realizado. Como castigo divino por essa explosão de vaidade, ele acabou engolido pela baleia.
Na Idade Média, a tradição das sibilas está ligada à dos profetas hebraicos. Assim, no pavimento da Catedral de Siena, cuja construção começou no século XIV, dez sibilas do mundo antigo estão representadas junto dos profetas. A Idade Média tem também uma figura profética original, a do Mago Merlin. Merlin aparece na literatura do ciclo arturiano, que começa no século XII. E ele não era chamado de mago, mas de profeta, como no romance do século XIII Merlin: Le Prophéte, atribuído a Robert de Boron. Contudo, Merlin, diferentemente das sibilas, não apenas vê o futuro. Ele viaja ao futuro (e ao passado) e de volta à sua época. Merlin faz verdadeiras viagens no tempo.
Já a Revolução Industrial traz outra novidade. Ela permite que se concretizem velhos sonhos da humanidade: carruagens sem cavalos, máquinas que voam, barcos que se deslocam debaixo d’água. Desse modo, desde o final do século XVIII, surgem o trem, o dirigível (mais tarde, o avião) e o submarino. E A máquina do tempo. Este é o título do romance de H. G. Wells concluído em 1894. É interessante que o primeiro esboço do romance, de 1887, tenha sido um conto intitulado Os argonautas crônicos (aqui crônico é sinônimo de temporal, ligado a Cronos, o deus do tempo). Tratava-se de uma referência à viagem dos argonautas à distante Cólquida — a viagem por excelência da Antiguidade. No século XIX, em que o planeta Terra vai ficando cada vez mais encolhido pelas explorações, a nova Cólquida passa a ser o espaço sideral infinito ou, com ainda mais ousadia, o timescape, um vasto descampado temporal, percorrido por máquinas do tempo.
Mas quais são os princípios de uma máquina do tempo? No século XX, a Teoria da Relatividade Geral de Einstein, aliada à concepção de dimensões extras para o espaço, o hiperespaço, fornece uma possibilidade: os buracos de minhoca. Se houvesse um meio de curvar suficientemente o espaço-tempo, como ocorre nas proximidades de um buraco negro, poderíamos criar um tubo ou “buraco de minhoca” com um comprimento relativamente curto no hiperespaço, mas cujas duas bocas estivessem separadas por muitos anos-luz no espaço tridimensional. O buraco de minhoca é um atalho no hiperespaço entre pontos separados no espaço. Assim, se as bocas do buraco de minhoca estiverem em lados opostos da galáxia, separados por, digamos, 50.000 anos-luz, a duração da viagem dentro do buraco de minhoca poderia ser, digamos, de um ano, pois a extensão é muito menor no hiperespaço.
Stephen Hawking
Bem, o buraco de minhoca é uma máquina do tempo! Pela Teoria da Relatividade, se o intervalo de tempo entre dois eventos, no caso a entrada e a saída do buraco de minhoca, for mais curto que o tempo para a luz se propagar de um ponto a outro, sempre será possível arranjar um referencial em que a saída do buraco de minhoca será anterior à entrada. Desse modo, a travessia pelo buraco de minhoca é também uma viagem para trás no tempo. Por um arranjo conveniente das duas bocas do buraco de minhoca, em que elas estejam próximas e se movendo uma em relação à outra, ele pode ser transformado em uma máquina do tempo.
A viagem no tempo pode acarretar uma série de paradoxos e perigos. É bem conhecido o paradoxo do avô, em que, de volta ao passado, causamos a morte do nosso avô antes de ele gerar descendentes e desse modo nós não existiríamos!!! Uma solução para isso é fornecida pelo cenário da bifurcação, ou das histórias alternativas, uma abordagem defendida pelo físico David Deutsch. Ao viajarmos ao passado cairíamos em um ponto de bifurcação onde entraríamos na linha de tempo de uma história alternativa. Já Stephen Hawking adota outra hipótese, a Conjectura de Proteção da Cronologia, em que as leis físicas conspiram para evitar a viagem do tempo por objetos macroscópicos, como nós.
Pode haver outras formas de Proteção da Cronologia além das imaginadas por Hawking. Em qualquer viagem ao passado, o universo é perturbado pela própria viagem em si. O “efeito borboleta” ilustra como pequenos desvios podem levar a grandes efeitos. Na teoria do caos, o efeito borboleta é a extrema sensibilidade às condições iniciais de um sistema caótico, como por exemplo, a atmosfera. O termo foi usado pela primeira vez pelo meteorologista Edward Lorenz em uma conferência de 1972, mas a referência à borboleta perturbadora é mais antiga, do conto Um som de trovão, de Ray Bradbury (1952). No conto, turistas do tempo viajam à era dos dinossauros. Na volta, encontram o mundo sutilmente mudado — por exemplo, o inglês tem uma escrita fonética. Um dos turistas descobre então uma borboleta da época do Tyrannosaurus rex esmagada na sola da sua bota.
Uma breve história do tempoA Proteção à Cronologia pode funcionar de um modo irônico. Recorrendo mais uma vez à ficção científica, em um episódio da série de TV Painkiller Jane, um neuro, ou seja, um mutante com superpoderes, tem a capacidade de viajar no tempo e se propõe a matar um líder mundial, desencadeando um conflito global. No início, a equipe de Jane, a heroína (ela própria um neuro, dotada do poder de autoregeneração), consegue evitar o assassinato, mas é morta por uma bomba. Prestes a ser capturado, o neuro realiza um salto para trás no tempo e escapa. Aí se retorna ao ponto em que a equipe está para invadir o esconderijo do vilão. Desdobra-se então uma história alternativa. Jane pressente a bomba e a evita. Novamente o neuro escapa e volta a alguns minutos no passado. A cada retorno ao passado, ele se afasta cada vez mais do seu objetivo. O conhecimento do futuro não lhe traz nenhuma vantagem. Ao contrário, quanto mais conhece o futuro, mais ele se afasta do futuro que conhece. Algo semelhante deve ter acontecido em 2014 no Brasil. Um viajante do tempo saltou para antes do jogo Brasil versus Alemanha. Ele tinha um sólido conhecimento do futuro. Alemanha 5, Brasil 1. Fez uma aposta milionária. Para sua satisfação, a Alemanha começou a marcar um gol atrás do outro. Mas logo veio o desespero. Sua viagem no tempo tinha gerado uma onda de improbabilidade altíssima naquele universo. A Alemanha venceu o Brasil por 7 a 1.




Amâncio Friaça é astrônomo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo. Trabalha em astrobiologia, cosmologia, evolução química do universo e nas relações entre astronomia, cultura e educação. Foi o responsável pela revisão técnica da edição revista de Uma breve história do tempo, lançada em 2015 pela Intrínseca.

ESTE ARTIGO PERTENCE AO BLOG DA EDITORA INTRÍNSECA. 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Curiosidades o.O

Um estudo encomendado pela rede de livrarias britânicas Borders reforçou o ditado “mente sã, corpo são”. O ato de ler já gasta algumas calorias, porém o estudo comprovou que ao ler livros de ação, sexo e suspense, a taxa média de calorias que são gastas dobra.

Isso se dá ao fato de que livros ligados a esses temas provocam a produção de adrenalina, um hormônio que prepara o corpo para situações de estresse, reduzindo o apetite e queimando calorias.

A pesquisa ainda cita os livros que geram mais adrenalina, ou seja, que mais emagrecem. Encabeçando a lista está “Polo”, de Jilly Cooper, que provoca a queima de 1,1 mil calorias (equivalente a um Big Mac), seguido do famoso “Código da Vinci”, queimando 855 calorias (uma barra de chocolate). Ainda estão na lista dos mais “diets”, títulos como “O Exorcista” de William Blatty e “O Iluminado” de Stephen King.


Final de semana, quando a orgia gastronômica impera, podemos separar uma das leituras acima, afinal, toda ajuda é bem vinda, e ainda emagrecer lendo..parece um sonho..rsrs

E ai? Quem se habilita? Eu vou começar já... 


Fonte: Brasil Escola

Curiosidades...

Essa é a Biblioteca de Stuttgart na Alemanha, inaugurada em outubro de 2011.

Em 1999, o escritorio de arquitetura do Coreano Eun Young Yi foi o escolhido dentre 235 projetos para construir a nova Biblioteca de Stuttgart na Alemanha.
A construçao da nova Biblioteca custou 80 milhões de Euros e foi inaugurada em outubro de 2011.

A palavra Biblioteca se encontra em quatro linguas nas paredes externas:
-Na parede Norte em alemão (lingua local)
-Na parede Oeste em Inglês
-Na parede Sul em Árabe (lingua dos antigos conhecimentos)
-Na parede Leste em Coreano (idioma nativo do Eun Young Yi que projetou o prédio)

O Prédio é totalmente branco, tem formato de cubo, possui 11 andares, dois deles subterrâneos, todos intercalados pelas escadarias e teto de vidro.

Não é maravilhosa?

 .

Bienal * Salvador - Bahia

 Entre os dias 15 e 18 de Novembro, o Autor Leonardo Barros vai estar em Salvador - Ba, para participar da XI Bienal do Livros.
Quero ver todos no stand do Autor, conhecendo os seus livros EXCELENTEES!


 

domingo, 15 de setembro de 2013

Curiosidades...


Origem de algumas palavras e expressões:

RODAR A BAIANA – Quando alguém recorre a essa expressão, é sinal que fai fazer um escândalo público, reagir com estardalhaço ou soltar tudo que vier à cabeça. Mas essa expressão não tem origem na Bahia, e sim no Rio de Janeiro. É que no inicio do século 20, os integrantes dos blocos de carnaval saiam fantasiados pelas ruas, cantando e dançando. Alguns espectadores, aproveitando a euforia geral, passavam a mão nas bundas das moças que desfilavam. Para acabar com isso, alguns capoeiristas passaram a se fantasiar de baiana e a amarrar lâminas de navalha na barra de suas saias. E, quando eles viam coisas do tipo, rodavam a baiana, levantando as saias e retalhando quem estivesse por perto. As pessoas só viam a baiana rodar e começar a confusão.


BADERNA - Uma bailarina de nome Marietta Baderna fazia muito sucesso no Teatro Alla Scalla, de Milão. Ao apresentar-se no Brasil, em 1851, causou frisson entre seus fãs, logo apelidados de “os badernas”. O sobrenome da artista, de comportamento liberal demais para os padrões da época, deu origem ao termo que significa confusão, bagunça.

SANTO DO PAU OCO – No começo do século XVIII, a Coroa Portuguesa cobrava o Quinto, um imposto muito alto sobre o ouro extraído das minas. Os mineradores de Minas Gerais então, mandavam fazer santos ocos de madeira para poder esconder ouro dentro deles e assim poder escapar dessas cobranças. A grande religiosidade do povo impedia que os guardas das barreiras quebrassem as imagens para ver o que havia dentro. Esta foi a maneira encontrada na época para burlar o Quinto. A expressão se refere portanto aquela que não é nenhum santo.

SEM EIRA NEM BEIRA - Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Estar sem eira nem beira significa que a pessoa é pobre e não tem sustentáculo no raciocínio.


ABRAÇO DE URSO - Um abraço significa demonstração de amizade e afeto. Já a expressão significa puro fingimento ou traição. É que é da natureza do urso fazer isso, só que, nessa hora, ele prepara é um ataque que pode levar a pessoa abraçada à morte.


ANDAR À TOA - Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. O significado da expressão, por conseguinte, é andar sem destino, despreocupado, passando o tempo. Ou então uma pessoa sem determinação, que é comandada pelos outros.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA - No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia deixar o animal assim protegido se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

VAI DAR ZEBRA – A zebra não figura entre os 25 bichos do jogo do bicho. Mas em 1964, um treinador de futebol muito galhofeiro garantiu a todos os repórteres que, naquele ano, a Portuguesa seria a campeã carioca de futebol. “Vai dar zebra”, dia ele. Os repórteres adoraram a brincadeira e o termo, passando a divulgá-lo, tanto no esporte quanto na política ou em qualquer acontecimento inesperado.


GANDULA – Bernardo Gandulla era o nome de um jogador argentino de futebol que veio para o Brasil, nos anos 40, contratado pelo Vasco da Gama. Mas ele quase nunca era escalado. Ficava então assistindo a treinos e jogos, e quando a bola saia do campo, ele corria para buscá-la, devolvendo-a educadamente para os titulares em campo. Daí a origem do nome gandula para os garotos que repõem a bola nos estádios.


CONTO DO VIGÁRIO - Duas igrejas de Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada santa, e, para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários apelaram à decisão de um burrico. Colocaram-no entre as duas paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E o burrico caminhou direto para uma delas... Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.




Foto: Curiosidades 

Origem de algumas palavras e expressões

RODAR A BAIANA – Quando alguém recorre a essa expressão, é sinal que fai fazer um escândalo público, reagir com estardalhaço ou soltar tudo que vier à cabeça. Mas essa expressão não tem origem na Bahia, e sim no Rio de Janeiro. É que no inicio do século 20, os integrantes dos blocos de carnaval saiam fantasiados pelas ruas, cantando e dançando. Alguns espectadores, aproveitando a euforia geral, passavam a mão nas bundas das moças que desfilavam. Para acabar com isso, alguns capoeiristas passaram a se fantasiar de baiana e a amarrar lâminas de navalha na barra de suas saias. E, quando eles viam coisas do tipo, rodavam a baiana, levantando as saias e retalhando quem estivesse por perto. As pessoas só viam a baiana rodar e começar a confusão.


BADERNA - Uma bailarina de nome Marietta Baderna fazia muito sucesso no Teatro Alla Scalla, de Milão. Ao apresentar-se no Brasil, em 1851, causou frisson entre seus fãs, logo apelidados de “os badernas”. O sobrenome da artista, de comportamento liberal demais para os padrões da época, deu origem ao termo que significa confusão, bagunça.

SANTO DO PAU OCO – No começo do século XVIII, a Coroa Portuguesa cobrava o Quinto, um imposto muito alto sobre o ouro extraído das minas. Os mineradores de Minas Gerais então, mandavam fazer santos ocos de madeira para poder esconder ouro dentro deles e assim poder escapar dessas cobranças. A grande religiosidade do povo impedia que os guardas das barreiras quebrassem as imagens para ver o que havia dentro. Esta foi a maneira encontrada na época para burlar o Quinto. A expressão se refere portanto aquela que não é nenhum santo.

SEM EIRA NEM BEIRA - Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Estar sem eira nem beira significa que a pessoa é pobre e não tem sustentáculo no raciocínio.


ABRAÇO DE URSO - Um abraço significa demonstração de amizade e afeto. Já a expressão significa puro fingimento ou traição. É que é da natureza do urso fazer isso, só que, nessa hora, ele prepara é um ataque que pode levar a pessoa abraçada à morte.


ANDAR À TOA - Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. O significado da expressão, por conseguinte, é andar sem destino, despreocupado, passando o tempo. Ou então uma pessoa sem determinação, que é comandada pelos outros.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA - No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia deixar o animal assim protegido se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

VAI DAR ZEBRA – A zebra não figura entre os 25 bichos do jogo do bicho. Mas em 1964, um treinador de futebol muito galhofeiro garantiu a todos os repórteres que, naquele ano, a Portuguesa seria a campeã carioca de futebol. “Vai dar zebra”, dia ele. Os repórteres adoraram a brincadeira e o termo, passando a divulgá-lo, tanto no esporte quanto na política ou em qualquer acontecimento inesperado.


GANDULA – Bernardo Gandulla era o nome de um jogador argentino de futebol que veio para o Brasil, nos anos 40, contratado pelo Vasco da Gama. Mas ele quase nunca era escalado. Ficava então assistindo a treinos e jogos, e quando a bola saia do campo, ele corria para buscá-la, devolvendo-a educadamente para os titulares em campo. Daí a origem do nome gandula para os garotos que repõem a bola nos estádios.


CONTO DO VIGÁRIO - Duas igrejas de Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada santa, e, para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários apelaram à decisão de um burrico. Colocaram-no entre as duas paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E o burrico caminhou direto para uma delas... Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Texto simplesmente excelente. Para ler e refletir...


"Felicidade Pode Demorar

Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado.
Às vezes nos falta esperança. Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.
... Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar...é nossa razão de existir.
Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino.
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.

Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver,
até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um pôr do sol,
a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto.
É a força da natureza nos chamando para a vida.

Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança, te traíram sem qualquer piedade.
Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo.
Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor, apenas transaram...

Descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez.
E agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.
Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores importantes: a relação com a família, as condições econômicas nas quais se desenvolveu (dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter), os relacionamentos anteriores e as razões do rompimento, seus sonhos, ideais e objetivos.

Não deixe de acreditar no amor. Mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá.
Manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam. E certifique-se de que quando estão juntos, aquele abraço vale mais que qualquer palavra.
Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar, então nada irá lhe restar.

Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento,
manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco.
Pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado.

Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário.
Existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo.
A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna.
A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem..."

(Este texto é atribuído a Luís Fernando Veríssimo em alguns sites, mas o verdadeiro autor é François de Bitencourt)

Voces sabem porque a loja de livros usados se chama Sebo?

A menos que algum estudioso desencave um documento de época que nunca veio à luz, essa questão não tem uma resposta definitiva, do tipo que se possa escrever na pedra. Sebo como sinônimo de alfarrábio, ou seja, loja de livros usados, é um brasileirismo que surgiu informalmente, a princípio como gíria, e sobre sua origem tudo o que há são especulações. Isso não nos impede de, por eliminação, chegar a uma resposta provavelmente correta, como veremos adiante.

Primeiro, vamos às eliminações.

A tese do SEcond-hand BOok me parece mais falsa do que promessa de candidato a vereador. Talvez fosse defensável se houvesse em inglês, mesmo que apenas num vilarejo esquecido do País de Gales, a palavra sebo com o mesmo sentido, mas não há. Seria necessário imaginar a existência em algum ponto da história de um estabelecimento comercial brasileiro, anglófono e com peso cultural suficiente para dar origem a uma acepção popular – e do qual, apesar dessa popularidade, não restasse registro algum. Na seara da etimologia fantasiosa, que agrada a tanta gente, prefiro a tese que deriva sebo das iniciais S.E.B.O., isto é, Suprimentos Econômicos para Bibliófilos Obsessivos. Soa melhor, não soa? O único problema é que acabo de inventá-la.

A história da velha vela de sebo que escorre sobre as páginas não chega a ser exatamente delirante, mas também reluto em comprá-la – mesmo a preço de sebo. O maior problema aqui é cronológico: tudo indica que a acepção livreira de sebo entrou em circulação em meados do século 20, quando a leitura à luz de velas já era história antiga.

Há quem cite ainda, para acrescentar à confusão uma tese não mencionada por Bruno, o caminho erudito que o etimologista brasileiro Silveira Bueno encontrou para explicar o sentido da palavra “sebenta”, que em Portugal é sinônimo de apostila, caderno de apontamentos das lições dadas em sala de aula. O estudioso foi buscar a origem do termo no português arcaico “assabentar”, isto é, instruir, o que é interessante. Mas Silveira Bueno em momento algum sugere que se recorra à etimologia de “sebenta” para explicar sebo. Além do fato de a primeira palavra ser portuguesa e a segunda, brasileira, apostilas usadas nunca foram itens característicos de tal tipo de comércio.

Resta de pé, assim, a hipótese mais simples: a de que essa acepção de sebo (do latim sebum, “gordura”) tenha surgido como metonímia brincalhona a partir da ideia irrefutável de que livros muito manuseados ficam ensebados, sujos, engordurados. Com poucas exceções, a simplicidade costuma ser um bom norte para quem navega no mar alto da etimologia. Essa tese eu compro sem susto – pelo menos até alguém descobrir num sebo um volume sebento no qual fique provado que S.E.B.O. não era uma ideia tão maluca, afinal.


Segue o link dessa reportagem feita pela revista Veja: http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/por-que-a-loja-de-livros-usados-se-chama-sebo/#.UF9yPrs73CE.facebook



Foto: Voces sabem porque a loja de livros usados se chama Sebo?

A menos que algum estudioso desencave um documento de época que nunca veio à luz, essa questão não tem uma resposta definitiva, do tipo que se possa escrever na pedra. Sebo como sinônimo de alfarrábio, ou seja, loja de livros usados, é um brasileirismo que surgiu informalmente, a princípio como gíria, e sobre sua origem tudo o que há são especulações. Isso não nos impede de, por eliminação, chegar a uma resposta provavelmente correta, como veremos adiante.

Primeiro, vamos às eliminações.

A tese do SEcond-hand BOok me parece mais falsa do que promessa de candidato a vereador. Talvez fosse defensável se houvesse em inglês, mesmo que apenas num vilarejo esquecido do País de Gales, a palavra sebo com o mesmo sentido, mas não há. Seria necessário imaginar a existência em algum ponto da história de um estabelecimento comercial brasileiro, anglófono e com peso cultural suficiente para dar origem a uma acepção popular – e do qual, apesar dessa popularidade, não restasse registro algum. Na seara da etimologia fantasiosa, que agrada a tanta gente, prefiro a tese que deriva sebo das iniciais S.E.B.O., isto é, Suprimentos Econômicos para Bibliófilos Obsessivos. Soa melhor, não soa? O único problema é que acabo de inventá-la.

A história da velha vela de sebo que escorre sobre as páginas não chega a ser exatamente delirante, mas também reluto em comprá-la – mesmo a preço de sebo. O maior problema aqui é cronológico: tudo indica que a acepção livreira de sebo entrou em circulação em meados do século 20, quando a leitura à luz de velas já era história antiga.

Há quem cite ainda, para acrescentar à confusão uma tese não mencionada por Bruno, o caminho erudito que o etimologista brasileiro Silveira Bueno encontrou para explicar o sentido da palavra “sebenta”, que em Portugal é sinônimo de apostila, caderno de apontamentos das lições dadas em sala de aula. O estudioso foi buscar a origem do termo no português arcaico “assabentar”, isto é, instruir, o que é interessante. Mas Silveira Bueno em momento algum sugere que se recorra à etimologia de “sebenta” para explicar sebo. Além do fato de a primeira palavra ser portuguesa e a segunda, brasileira, apostilas usadas nunca foram itens característicos de tal tipo de comércio.

Resta de pé, assim, a hipótese mais simples: a de que essa acepção de sebo (do latim sebum, “gordura”) tenha surgido como metonímia brincalhona a partir da ideia irrefutável de que livros muito manuseados ficam ensebados, sujos, engordurados. Com poucas exceções, a simplicidade costuma ser um bom norte para quem navega no mar alto da etimologia. Essa tese eu compro sem susto – pelo menos até alguém descobrir num sebo um volume sebento no qual fique provado que S.E.B.O. não era uma ideia tão maluca, afinal.

Segue o link dessa reportagem feita pela revista Veja: http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/por-que-a-loja-de-livros-usados-se-chama-sebo/#.UF9yPrs73CE.facebook